quinta-feira, 17 de julho de 2008

O fim do mundo

1998
Wagner Araújo

Três e quarenta e cinco da manhã,
O sol raiava, aviões caiam.
Eu acabara de voltar à casa dos meus pais.
A vizinhança espantada com o meu retorno,
E eu apavorado com o sol àquela hora da madrugada.

- liga o rádio!
Talvez estejam falando algo!

Nada, só música!

Até parece que eles não ligam pro fim do mundo,
E todo mundo curioso por que eu voltei.

O avião que caiu começou queimar.
Ninguém liga pra catástrofe!
Um monte de gente vai torrar!

De repente eu acordei
Levantei-me...
É hora de ir trabalhar.
Mas ontem foi semifinal da copa do mundo e o Brasil ganhou.
O país inteiro ta de ressaca e o patrão nem vai notar que eu nem fui trabalhar.
Sete, oito, nove, dez, onze da manhã.
Eu ainda não tomei café,
O almoço não está pronto,
Muito menos o jantar.
Agora eu lembrei que um monte de conta pra pagar.
Deixa de viajar e vai te aprontar.
Aproveita em quanto ainda tem.
A grana é curta e sue emprego pode ser também.

Um comentário:

Taíza Maria disse...

Wagner,
Claro que depois da sua visita... vim aqui espiar os teus escritos, espreitar as tuas idéias... Ah, e gostei muito do que encontrei!!
Seus textos eu os leio quase que diariamente... um por um... chego a crer que uma overdose seria perigosa para alguém como eu... que rumina idéias próprias e alheias... que permite que elas morem em mim.. convivam... e influenciem o que acredito ou deixo de acreditar!!
Parabéns... e serás sempre bem-vindo!!
Abraço