segunda-feira, 13 de julho de 2009

A volta

Wagner Araújo
A OBRA


Se as estradas não me derem a direção ?
E se a espuma da água que molha o corpo não limpar minha alma ?
E se não chorar seja melhor?

Eu não vou me derreter para satisfazer o mal que você quis para mim.

já me dei demais para o que eu não queria...

Eu me dei demais.

Eu não vou chorar e ficar esperando que o tempo diga o que fazer.
Eu posso escrever e isso é muito.
É muito para quem quer algo dizer.
Eu tenho muito para falar e também muito para ouvir.

Eu não vou mais ficar aqui:
Eu vou voltar para o meu lugar.
Eu vou me reinventar.
Eu vou me curar do mal que você plantou pra mim.

Eu não vou ficar esperando que o tempo me diga o que fazer.
Eu vou voltar para o meu lugar.
Eu vou voltar para mim.

domingo, 12 de julho de 2009

Estou aqui

Wagner Araújo

Ontem foi domingo, jogos se realizaram - todos eles - mas o futebol é o que mais mexeu com a emoção popular...
Eu vi na Tv!

Outros jogos - nada sadios - implodem o ser a longo prazo; lentamente.

Estas implosões pessoais também levam os entes consigo (...)


já escrevi sobre as pedras que se derretem e nos deixam em estado de alerta.
Estas mesmas pedras me deixaram morto ainda que respirando.

Minha caminhada até aqui foi longa, e hoje, até o local de trabalho temporário, também caminhei muito (...)

Estou escrevendo agora só para preencher um espaço vazio que agora é maior:

Estou vazio como nunca fui.
Estou sem voz como nunca estive.
Estou sem voz para mim mesmo.

Não quero me calar e não quero ficar vazio.

As coisas estão aqui, tão perto, tão vivas, tão ao meu alcance, mas não consigo ao menos tocá-las.


Estou triste e não sinto nada:
Nem dor, nem peso, nem nada...
A fraqueza é muito forte!

Estou aqui e não sinto nada.