quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dissertando pedras num momento de embriaguez

Wagner Araújo
Março de 2003



Há pedras no mundo de cada um.
Pesadas pedras, rochas espêssas.
Mundo de cada um à custa de sacrifício,
Do sangue, do suor, da dor.
Do tempo que passou sem ver a vida como ela era
Restando agora a inocência em respirar de um passado casto;
Metódico, cheio de obstáculos, vazio, insípido, incrédulo.

Há pedras na terra:
Sustentam o solo, moldam a geografia.
Abrigaram Hominídeos, Neandertais, Homens ancestrais.
Vanguarda, continuação da história; o início do futuro.

As pedras do futuro são mais leves:
Pesam gramas, são caras; instigam instantes na vida e,
Não valem um centavo.
Não alucinam, nem acalmam.

Pedras a todos que choram!
Pedras em todos que riem!
Não pedras em todos que sorriem.