segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Na bagunça do meu quarto

Wagner Araújo

A OBRA

Na bagunça do meu quarto posso ouvir o canto do silêncio
Madrugada igual a solidão,
Tão calma quanto os meus antepassados que descansam em algun quarteirão
Tão sinistro quanto espaço sideral

Mas o sol ainda vai chegar, e com ele, mais algumas horas de muita agitação,
Insatisfação, realização, decepção.
Ao contrário da bagunça do meu quarto

O colírio em meus olhos, agora à noite, não fará nenhum efeito,
Pois não há necessidade em nada esconder.
E durante o dia, o brilhar avermelhado dos meus olhos não será bem visto pelos outros
Ao contrário da bagunça do meu quarto

Mas, quando a noite chegar, apesar de a empregada a tudo orgnizar
Com certeza, meu quarto, voltarei a bagunçar,
E também vou deitar-me ao chão

Meu cenário perfeito em qualquer viagem estelar
Meu território secreto
Minha casa dentro de casa
Minha liberdade do quartel social
Meu espaço, meu canto, meu celeiro, meu estaleiro...
...o maior cinzeiro!
Meu refugio do desespero
Meu canal virtual
O portal pra fugir mal
Minha cela às descobertas
Minhas solução às horas incertas

Mas, quando a noite chegar, apesar de a empregada a tudo orgnizar
Com certeza, meu quarto, voltarei a bagunçar
E também vou deitar-me ao chão.

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